segunda-feira, 15 de novembro de 2010

AUTOCONTROLE x DEMASIADO DESEJO


Em nossa sociedade encontramos vários tipos de expressão de sentimentos, algumas pessoas são rotuladas como “racionais”, “bloqueadas” ou quem sabe “insensíveis”, por manterem um comportamento de autocontrole em relação a sua vida amorosa. Outras são rotuladas como “exageradas”, “apaixonadas” e “românticas”, por acreditarem que seu romance é a coisa mais importante de suas vidas. A partir de agora chamarei os primeiros de “racionais” e os segundos de “apaixonados” apenas para generalizar e diferenciar a quem escrevo.
Os “racionais” procuram ter um companheiro (a), mas conseguem separar os setores de suas vidas. Provavelmente não vão pensar no namorado (a) enquanto estuda, trabalha ou realiza alguma atividade, e na maioria das vezes seus desejos são limitados (não vão buscar muito mais do que o parceiro (a) possa lhe oferecer). Com certeza são pessoas que necessitam de espaço, precisam sentir-se livres, escolhem suas prioridades para o fim de semana: (“sexta sairei com meus amigos, sábado ficarei com o namorado (a), e domingo descansarei, ficarei com meus filhos, terminarei aquele trabalho de escola, etc.”) Geralmente são pessoas que cobram muito de si mesmas, se fecham em seu mundo, se alienam com pequenas distrações, e tem uma grande tendência a se sentirem incompletos amorosamente. Um dos seus maiores conflitos é superar sofrimentos passados, melhorar sua vida social, e às vezes dizer “eu te amo” quando realmente ama, ou seja, viver o que sentem.
Os “apaixonados” são completamente apegados em sua vida amorosa, não há nada mais importante do que ela, sem a felicidade no relacionamento nada será capaz de torná-los completos (trabalho, estudo, e família). Eles planejam suas vidas baseados no romance em que vivem, seus alicerces são completamente construídos em cima do namoro ou casamento (“Não trabalho pela minha dependência financeira, por um carro, por um sonho material, uma viagem, mas porque quero me casar, comprar minha casa, construir minha família ao lado do meu companheiro (a)”). Normalmente eles criam expectativas que nem sempre são concretizadas, são completamente carinhosos, pegajosos, e às vezes acabam exigindo o que o companheiro não pode lhe proporcionar, se tornam ciumentos e possessivos. Eles são os que mais se decepcionam quando o namoro acaba, pois apostaram tudo na paixão, porém são os que mais vivem intensamente seus sentimentos, são os que se deixam sentir a chama da paixão dentro de si. Um dos seus maiores conflitos é saber controlar suas atitudes, pois quando um desejo nosso é realizado, a tendência é que queiramos sempre mais, tornando-os maiores, muitas vezes irrealizáveis.
Podemos ter nos identificado com o personagem “racional” ou o “apaixonado”, ou podemos ter características comportamentais dos dois casos. A questão colocada aqui é: Qual das personalidades tem um relacionamento mais feliz? Quando você se controla demasiadamente ou quando você se apaixona demasiadamente?Em qual destes casos o individuo sofre mais?Aparentemente as respostas para estas questões parecem simples, mas para mim, por exemplo, que já fui os dois tipos de pessoa em relacionamentos diferentes tive que refletir bastante para definir o que parece ser o mais certo.
Quando você se controla demais, acaba tornando-se escravo do medo de viver o momento e vir a sofrer depois, ou seja, você não relaxa.Ao mesmo tempo, quando você está vivendo uma “paixão avassaladora” você torna-se escravo dos teus próprios desejos, que a cada dia serão maiores.
Nos dois casos existe sofrimento, ora você sofre porque “se jogou” nas oportunidades, ora porque se arrependeu de deixá-las passar.Ora você acha que se tivesse se entregado seria feliz, ora se você tivesse pensado mais em você mesma seria feliz.Então, só me resta concluir que você não precisa ser um “racional”, pois sentir com intensidade os momentos te torna uma pessoa mais feliz.Atenção, carinho, amor nunca é demais, porém é preciso ter cuidado com suas expectativas, e sempre se perguntar: “eu estou pensando em mim? Eu estou dando espaço?liberdade?eu sou possessivo?.
O importante é você ter sempre em mente: onde eu estou?Quem é a pessoa que está ao meu lado?Quais são os meus riscos?Você deve sentir sim o sabor gostoso de um beijo, o sangue correr rapidamente pelo seu corpo, a sensação agradável do carinho, mas tenha sempre em mente que SÓ VOCÊ é responsável pelos seus atos, sabendo disso você evita sofrer. Também nunca se esqueça que desejos “formam bolas de deve”, cuidado com ele, deseje sempre o que você pode obter.
Se o relacionamento acabar amanhã, tenha em mente que você fez o que devia, viveu com intensidade, mas sem esquecer-se de si mesmo, e foi feliz e que agora a vida continua sem frustrações...